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22 outubro 2012

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"Ler é coisa para gente intelectual"

É isso mesmo. Já ouvi essa frase inúmeras vezes. E o mais estranho, é que já ouvi da boca de estudantes, universitários, e pasmem, até mesmo da boca de pessoas que estão fazendo mestrado. Seja lá como for, essa frase só demonstra um pedacinho da opinião da maior parte dos brasileiros sobre a leitura.

Sou daquele tipo de leitor que leio em qualquer lugar, em casa, no quarto, na sala, no banheiro, na cozinha; na rua, andando, no ônibus, e por ai vai. As vezes tenho mania de observar as pessoas enquanto leio (sim, eu consigo fazer isso, apesar de não ser comum). Chega até ser engraçado. Por vezes, parece que estou fazendo algo de ilícito. Vejam só, por que eu não posso ler em pé, dentro do ônibus? Oras, tem pessoas que escutam música, conversam, riem… tudo isso em pé, e, eu, apenas leio, apenas isso. Sempre que encontro algum conhecido dentro do ônibus me perguntam a mesma coisa: “Mas como que você consegue ler dentro do ônibus (as vezes em pé)?”. Na minha cabeça passa inúmeras respostas, mas simplesmente respondo que é hábito.

Outro ‘grande problema’ que enfrento é ser chamado de anti-social por ler a qualquer momento do dia. Se chego 10 minutos antes da aula e abro um livro no pátio da universidade, sempre vem o seguinte comentário: “Você gosta de ler né?” NÃO! Não gosto! Eu apenas leio. Sinceramente não sei qual é a dificuldade de alguém associar o hábito de ler, com o hábito de colocar fones dentro do ouvido e ouvir zilhões de músicas durante 1 hora. Com certeza é muito mais fácil ouvir do que ler. Mas quando se aprende a ler, quando se aprende a ter a leitura como um hábito presente no cotidiano, ai sim teremos a leitura como parte de nossas vidas.

Como pode-se perceber, a todo momento as pessoas colocam empecilhos para a leitura. Como diz o próprio título do post, veem a leitura como algo de gente intelectual. Como que se para ler precisasse de colocar terno e gravata e abrir um livro numa poltrona super confortável vinda diretamente da Alemanha.

Ah! E não adianta dizer que livro é caro e argumentar que no Brasil livro tem preços exorbitantes. Se não pode comprar, vá numa biblioteca, ou se quiser ter o livro, dê uma passadinha em algum sebo, pode ser virtual também.


19 outubro 2012

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Algumas considerações & Mary Cholmondeley

Depois de muito tempo... eu apareci. Pois é, eu sei eu sei, andei um pouquinho sumido. mas agora estou de volta. Andei sumido por dois motivos, primeiro, não estou conseguindo ler (direito) David Copperfield (sim, esse mesmo, um dos romances do Charles Dickens). O livro é muito antigo, e para piorar ainda mais a situação o espaçamento e o número da letra dificultam demais a leitura. De qualquer foram irei ler, bom, pelo menos tentar né. Como todos vocês já sabem, tenho o hábito de ler na rua e principalmente no ônibus. E ler David Copperfield com essa letra minúscula não dá, né? Por esse motivo só lerei Ulysses em casa.

Enfim... Começarei a ler Ulysses de James Joyce. Confesso que estou empolgadíssimo, mas ao mesmo tempo estou morrendo de medo em (tentar) começar ler um livro tão denso e complicado. Já ouvi inúmeras pessoas dizendo que não chegaram até o fim, mas eu chegarei, vocês vão ver. Irei me esforçar ao máximo possível. Prometo.

Mudando de assunto total. Hoje a tarde, estava aqui em casa à toa (esperando o grande momento para ler Ulysses... hahahaha) quando resolvi ler o meu livro de contos. Confesso que nunca fui um leitor assíduo de contos, mas depois desse (por mais que você odeie esse conto ou por mais bobo que pareça) irei me dedicar mais aos contos e consequentemente comprar aquelas coletâneas (é assim mesmo que se diz?) de contos de horror. Sim! Eu adoro terror desde criança, tenho paixão por isso sabe-se lá porque, mas eu adoro.

O conto chama-se "Livre" de autoria de Mary Chalmondeley e encontra-se no livro "Contos de Horror". Encontrei esse livro por sugestão da Denise Mercedes que modéstia parte eu adoro. A história, se não me engano, é contada para a própria autora do livro, já que em nenhum momento o nome de quem ouviu a história e do próprio personagem que viveu a história são revelados.

Uma mulher apaixonada por arquitetura e arte envolve-se com um homem (que futuramente torna-se seu cunhado) numa expedição. Um homem magro com aparência determinada e com seu jeito lento de falar chama atenção da narradora, não pelas características anteriores e sim por sempre usar colarinhos sobre suas vestimentas mesmo no verão. Por diversas vezes a narradora caçoa deste homem por ele usar colarinho e sempre o questiona o por que daquela peça na sua vestimenta, nunca obtendo resposta. Numa noite qualquer, pela trigésima vez, a mulher novamente pergunta o porque do colarinho. E então o homem a responde com a alegação de nunca ter havido uma boa oportunidade para isso. Ai que a história começa...

O homem conta que há uns dez anos atrás ele foi solicitado para escrever um tratado sobre afrescos (aquelas pinturas que ficam no teto das igrejas). Por ter um pai falecido, também arquiteto, o homem teve acesso as anotações de seu pai, e numa dessas anotações continha o endereço de um local com afrescos que despertou seu interesse.

No dia seguinte, ele vai procurar um pouco mais sobre a cidade e sobre a cripta onde se encontra os afrescos. Após idas e vindas, o personagem vai parar numa igreja onde o clérigo possui a chave da cripta onde se encontrar os afrescos.

Após apresentar-se ao clérigo Blake, o homem solicita a chave a Blake para fazer o seu tratado. O clérigo nega a chave por haver uma certa superstição por detrás da cripta. O homem insiste mais uma vez, e então ele cede. Com as chaves em mãos o homem segue o seu caminho em direção a cripta. Um lugar obscuro e tenebroso, com sua única companhia, seu cachorro chamado Brian. Em seu primeiro dia de trabalho, coisas estranhas acontecem... (não vou dizer o que é por se tratar de um conto muito curto, deixo as emoções para vocês).

Após seu primeiro dia de trabalho, o homem volta a igreja e entrega a chave para Blake. Sem ter o que fazer durante o resto do dia, o personagem entretém-se com as pessoas da cidadezinha. Um menino senta ao seu colo enquanto ele faz desenhos de animais...

No dia seguinte após acordar, umas das mulheres da igreja traz seu desejum com uma notícia trágica: o menino que estava sentado em seu colo na noite anterior tinha morrido. Abatido, ele retoma seu segundo dia de trabalho na cripta, passando na sala do clérigo para pegar a chave. Tudo corre bem até chegar o seu terceiro dia de trabalho. Blake, nega a chave nesse terceiro dia, com alegação de duas mortes seguidas, e dessa vez foi seu secretário Abrahm. Segundo o médico, tanto a morte da criança quanto a do seu secretário são desconhecidas, pois ambos os casos possuem marcas de estrangulamentos no pescoço. Por esse motivo o clérigo nega a ida do pesquisador a cripta, tendo como justificação uma superstição da cidade.

Através dessa justificação o leitor entenderá o porque do uso do colarinho. Talvez não seja um final tão surpreendente, mas se tratando de um conto, é um desfecho enigmático e que vale a pena ser lido. Então é isso ai, espero que eu tenha feito a minha parte: despertar o interesse em você, meu leitor (ai que lindo!), de conhecer um pouco mais do mundo dos contos. Até a próxima...


12 outubro 2012

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O Retrato de Dorian Gray

Ebaaaa! Primeira resenha… Tá! Grandes coisas.

Sensual, elegante, arrebatador… Use todos adjetivos possíveis para referir-se ao livro “O retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde.

Em primeiro lugar,  já aviso de antemão que nunca li nada de Wilde e muito menos possuía sequer algum conhecimento sobre o autor e suas obras. Pensando bem, a única informação que obtive de algumas pessoas foi: “ele é gay”. De qualquer forma, não cabe a mim discutir a homossexualidade de Wilde dentro do seu livro e sim discutir os aspectos literários que permeiam sua obra.

A história além de ser interessante é “inovadora”. Pelo menos com todas as pessoas que conversei, também acharam isso. Inovadora não no sentido de ser fantástica (já li coisas melhores), mas sim de não ser algo com uma fórmula pronta. Fórmula pronta? Sim. É o que faz Meg Cabot, Paulo Coelho, Stephenie Meyer & CIA. Não preciso explicar mais né?

Wilde, – como fiquei sabendo através de comentários – escreve com uma maestria  de assustar. O autor consegue arrebatar o seu leitor logo no primeiro momento fazendo uso demasiado da sinestesia. É uma delícia a cada virar de página sentir as mesmas sensações que os personagem sentem, os mesmos cheiros, e, claro, as mesmas visões. (Sim, me encantei com os cenários descritos por Wilde. Será que só eu?) A delicadeza na construção de cada frase é um ponto a ser levado em consideração. Na minha opinião (que fique bem claro), Wilde consegue colocar em cada discurso de seus personagens, pensamentos de cunho filosófico. E o mais legal de tudo é que o livro não se torna filosófico. O livro é mais que isso. Torna-se um livro delicado e ao mesmo tempo inquieto. Apesar de todo o pensamento apresentado no livro ser relacionado há época em que foi escrito, ainda sim é possível aplicar algumas ideias na nossa sociedade.

Esse não é um daqueles livros que tem momentos bons, momentos ruins, momentos mais ou menos, momentos chatos, momentos divertidos, etc, definitivamente não. Esse é um livro que mantém um ritmo do início ao fim, alterando-se de acordo com cada personagem. Hm… Pelo menos foi o que eu senti enquanto estava lendo. Pensando bem, não levem essa opinião em consideração. Leia e me conte.

Para as pessoas não muito familiarizadas com arte assim como eu, Dorian Gray pode ser um pé na jaca ou uma aventura incrível. Digo isso pois em vários momentos do livro os personagens conversam entre si (sim, entre si, existem partes – acho que só uma…hahaha – que o narrador descreve as atividades de Dorian relacionadas a arte) sobre arte.

Vivemos numa era em que os homens tratam a arte como algo destinado a uma forma de autobiografia. Perdemos o sentido da beleza. (pg. 25)

Desde já deixo bem claro que a minha intenção aqui não é fazer uma resenha crítica ou análise (quem sabe um dia eu faço). Talvez até seja, enfim… Minha intenção, verdadeiramente, é passar para você leitor do meu humilde blog, as impressões que tive sobre o livro, e quem sabe, você seja despertado para lê-lo e aventurar-se em Wilde.

Dorian Gray é um jovem de 17 anos, inteligente, e portador de uma beleza incontestável. Com todos esses atributos e principalmente com a sua beleza delirante, Dorian conquista, a primeira vista, o pintor Basil Hallward. Após esse primeiro encontro, Dorian e Basil tornam-se amigos. Através dessa amizade, Dorian torna-se inspiração para o pintor recém conhecido. Ao meu ver, uma paixão arrebatadora. Basil apaixona-se não só bela beleza de Dorian, apaixona-se pelo seu intelecto, por sua reputação e principalmente pelo seu jeito encantador. Desta forma, o belo jovem torna-se alvo das obras do autor, torna-se inspiração para a sua arte, e, um retrato de Dorian Gray é pintado por Basil, considerado por ele a melhor obra já feita.

Logo após o retrato estar terminado, Dorian Gray senti-se aflito ao ver toda a sua beleza pintada num quadro. Sente-se impotente. Enquanto ele envelhece a cada minuto, a cada hora, a cada dia, o retrato continuará ali, intacto, com a beleza “eterna”. Atormentado com as teorias de seu novo amigo Henry Wotton (um louco narcisista, HAHAHA), Dorian deseja que ao invés dos traços da velhice aparecerem em seu rosto, esses traços venham a aparecer no quadro, que o quadro envelheça e não ele e ele seja o portador da juventude eterna.

Como já se sabe, fazemos parte do ciclo natural da vida e esse ciclo reflete na nossa juventude. Dessa forma, o que poderia acontecer de mal com alguém que possui uma juventude ‘infinita’? O que há de errado em alguém que exalta a beleza a todo momento? Quer saber as respostas? LEIA DORIAN GRAY!


11 outubro 2012

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Enfim, eu fiz…

Pois é, depois de muito tempo procurando alguma coisa para me entreter, resolvi criar esse espaço. Não para os outros, quem sabe, talvez, mas um pedacinho de mim. Só para passar o tempo mesmo. Talvez eu seja mal compreendido pelas coisas que aqui postarei, mas de qualquer forma, peço desculpas desde já. Pensando bem, talvez não mereça desculpas. É meu modo de pensar, oras.

Espero que alguém, uma, duas, ou três pessoas possa tirar proveito disso aqui. E, claro, também gostaria de tirar um pouco de proveito, com indicações de leitura.
Então. É isso.

Logo logo, termino de ler O Retrato (sempre pronuncio diário, enfim…) de Dorian Gray de Oscar Wilde.