Ebaaaa! Primeira resenha… Tá! Grandes coisas.
Sensual, elegante, arrebatador… Use todos adjetivos possíveis para referir-se ao livro “O retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde.
Em primeiro lugar, já aviso de antemão que nunca li nada de Wilde e muito menos possuía sequer algum conhecimento sobre o autor e suas obras. Pensando bem, a única informação que obtive de algumas pessoas foi: “ele é gay”. De qualquer forma, não cabe a mim discutir a homossexualidade de Wilde dentro do seu livro e sim discutir os aspectos literários que permeiam sua obra.
A história além de ser interessante é “inovadora”. Pelo menos com todas as pessoas que conversei, também acharam isso. Inovadora não no sentido de ser fantástica (já li coisas melhores), mas sim de não ser algo com uma fórmula pronta. Fórmula pronta? Sim. É o que faz Meg Cabot, Paulo Coelho, Stephenie Meyer & CIA. Não preciso explicar mais né?
Wilde, – como fiquei sabendo através de comentários – escreve com uma maestria de assustar. O autor consegue arrebatar o seu leitor logo no primeiro momento fazendo uso demasiado da sinestesia. É uma delícia a cada virar de página sentir as mesmas sensações que os personagem sentem, os mesmos cheiros, e, claro, as mesmas visões. (Sim, me encantei com os cenários descritos por Wilde. Será que só eu?) A delicadeza na construção de cada frase é um ponto a ser levado em consideração. Na minha opinião (que fique bem claro), Wilde consegue colocar em cada discurso de seus personagens, pensamentos de cunho filosófico. E o mais legal de tudo é que o livro não se torna filosófico. O livro é mais que isso. Torna-se um livro delicado e ao mesmo tempo inquieto. Apesar de todo o pensamento apresentado no livro ser relacionado há época em que foi escrito, ainda sim é possível aplicar algumas ideias na nossa sociedade.
Esse não é um daqueles livros que tem momentos bons, momentos ruins, momentos mais ou menos, momentos chatos, momentos divertidos, etc, definitivamente não. Esse é um livro que mantém um ritmo do início ao fim, alterando-se de acordo com cada personagem. Hm… Pelo menos foi o que eu senti enquanto estava lendo. Pensando bem, não levem essa opinião em consideração. Leia e me conte.
Para as pessoas não muito familiarizadas com arte assim como eu, Dorian Gray pode ser um pé na jaca ou uma aventura incrível. Digo isso pois em vários momentos do livro os personagens conversam entre si (sim, entre si, existem partes – acho que só uma…hahaha – que o narrador descreve as atividades de Dorian relacionadas a arte) sobre arte.
Vivemos numa era em que os homens tratam a arte como algo destinado a uma forma de autobiografia. Perdemos o sentido da beleza. (pg. 25)
Desde já deixo bem claro que a minha intenção aqui não é fazer uma resenha crítica ou análise (quem sabe um dia eu faço). Talvez até seja, enfim… Minha intenção, verdadeiramente, é passar para você leitor do meu humilde blog, as impressões que tive sobre o livro, e quem sabe, você seja despertado para lê-lo e aventurar-se em Wilde.
Dorian Gray é um jovem de 17 anos, inteligente, e portador de uma beleza incontestável. Com todos esses atributos e principalmente com a sua beleza delirante, Dorian conquista, a primeira vista, o pintor Basil Hallward. Após esse primeiro encontro, Dorian e Basil tornam-se amigos. Através dessa amizade, Dorian torna-se inspiração para o pintor recém conhecido. Ao meu ver, uma paixão arrebatadora. Basil apaixona-se não só bela beleza de Dorian, apaixona-se pelo seu intelecto, por sua reputação e principalmente pelo seu jeito encantador. Desta forma, o belo jovem torna-se alvo das obras do autor, torna-se inspiração para a sua arte, e, um retrato de Dorian Gray é pintado por Basil, considerado por ele a melhor obra já feita.
Logo após o retrato estar terminado, Dorian Gray senti-se aflito ao ver toda a sua beleza pintada num quadro. Sente-se impotente. Enquanto ele envelhece a cada minuto, a cada hora, a cada dia, o retrato continuará ali, intacto, com a beleza “eterna”. Atormentado com as teorias de seu novo amigo Henry Wotton (um louco narcisista, HAHAHA), Dorian deseja que ao invés dos traços da velhice aparecerem em seu rosto, esses traços venham a aparecer no quadro, que o quadro envelheça e não ele e ele seja o portador da juventude eterna.
Como já se sabe, fazemos parte do ciclo natural da vida e esse ciclo reflete na nossa juventude. Dessa forma, o que poderia acontecer de mal com alguém que possui uma juventude ‘infinita’? O que há de errado em alguém que exalta a beleza a todo momento? Quer saber as respostas? LEIA DORIAN GRAY!